20 dicas PARA FOTOS ALIMENTOS

Vamos te ajudar a fazer uma sessão de fotografia com 20 dicas para fotos de alimentos super importantes. Nesse processo precisamos levar em consideração o planejamento, organização, produção, execução e finalização. Suas fotos de culinária não serão mais as mesmas depois desse post!

Veja a lista com as 20 dicas para fotos de alimentos:

1. Planejar, planejar, planejar antes de mais nada!

2. Reunião com o cliente, o que será fotografado?

3. Usar luz de flash (artificial) ou luz natural?

4. Estude como vai ser o estilo de luz, dura, suave, com recorte?

5. Escolha as lentes que serão utilizadas no ensaio.

6. Limpe e confira o seu equipamento na véspera das fotos.

7. Prepare uma lista de pratos a seguir.

8. Separe algumas referências sobre o tema, estimule a sua criatividade.

9. Selecione elementos naturais frescos e vistosos, folhas, molhos, ervas, temperos e outros.

10. Prepare os elementos decorativos, talheres, louças, tecidos, copos.

11. Organize tudo o que vai fotografar em cima de uma ou duas mesas.

12. Não vá para a sessão de fotos de alimentos com fome.

13. Começando a clicar, senta o dedo!

14. Explore a cena, variações são importantes.

15. Use alguns truques.

16. Distribua a sua energia durante sessão de fotos.

17. Proteja os cartões, descarregue no computador e faça um backup.

18. Tratamento das imagens, utilizando o LR (Lightroom) e o PS (Photoshop)

19. Exportação dos arquivos separados por utilização.

20. Apresentando as fotos da sessão para o seu cliente.

Confira abaixo mais detalhes sobre as dicas:

1ª Planejar, planejar, planejar antes de mais nada!

A fotografia de alimentos exige uma preparação muito grande, você vai perceber que leva horas de produção e alguns minutos clicando, é assim mesmo. O planejamento será seu aliado e isso independente da câmera que vai usar, pode ser uma DSLR ou uma Mirroless ou até mesmo se vai usar um celular, estes por sinal estão sacudindo o mundo profissional e antes de perguntar já respondo, sim, é possível fazer um ensaio inteiro usando somente um celular, desde que você siga boa parte dos processos abaixo descritos. Quanto mais planejar, mais fotos e de melhor qualidade vai conseguir fazer e quem ganha é seu cliente. Cliente feliz é o melhor pagamento. Fiz um post detalhando muito bem estes primeiros passos “como fazer fotos de comida”,  da uma olhadinha nisso depois. Seguiremos pela ordem abaixo.

2ª Reunião com o cliente, o que será fotografado?

Esse momento vai te ajudar a definir “elementos naturais” (molhos, frutas, folhas, temperos e etc) e “elementos de decoração” (tampo, pratos, talheres e outros acessórios) que vão a compor as imagens. Usaremos uma base de madeira, plástico, porcelanato? Existem diversos materiais para se usar, mas procure uma certa identificação com o tipo de comida da sessão ou sua melhor valorização. Por exemplo, nas fotos de discos de arroz abaixo, decidimos com o cliente usar uma base de fórmica imitando madeira escura e fosca para valorizar as cores da comida. Detalhes de estilo como esse precisam ser discutidos nessa hora do processo. Logo mais a diante falaremos dessa dica.

3ª Usar luz de flash, luz continua ou a luz natural?

Só pra esclarecer, flash, led, incandescente, todas estas são fontes de luz artificiais e a luz natural é a do sol. Falaremos principalmente de fotos com flashes, minha especialidade, mas tem também a luz continua que pode ser utilizada, principalmente com celulares. Hoje existem muitas opções de luz continua de leds. Eu já gosto do flash, porque compreendo bastante a luz natural, se não for o seu caso então sugiro começar com luz continua mesmo. Lembre-se que em qualquer uma delas a luz que precisa ser utilizada é a luz suave, ou seja, que produz sombras fracas. Bom, acho que a primeira vantagem da luz artificial é poder fazer o job na hora que desejar, você ganha com isso, tanto em qualidade de luz quanto em otimização. Já pensou ficar correndo pra lá e pra cá no local das fotos atrás da luz ideal das janelas? Pois é, não terá a luz satisfatória nem em quantidade e nem em temperatura de cor (kelvin), realmente um problema. Verifique detalhes no local das fotos como: se terá como controlar a luz, se haverá alguém para te ajudar, se poderá usar uma mesa no local e a voltagem das instalações, cuidado com essa última. Já queimei 2 flashes e hoje ando sempre com um medidor portátil. Uma coisa boa é que já existem no mercado flashes sem fio a bateria e com autonomia de 500 cliques na carga máxima, são muito bons, usei uma vez um da Godox, SKII Series Flash 600, eles dão muita liberdade. Hoje trabalho com um Mako. Por outro lado, a luz natural fica um pouco mais fácil, pois você consegue ver exatamente o que vai acontecer na hora do clique, o problema é disponibilidade e intensidade na hora que precisa. Luz artificial ou natural.

4ª Estude como vai ser o estilo de luz, dura, suave, com recorte?

Gosto muito de usar luz suave na fotografia de alimentos, seja luz artificial ou natural. Quase sempre é uma luz suave, contra a câmera e devolvida com um rebatedor prata ou branco, depende da comida. Essa luz possui características que enriquecem o volume das coisas, a sensação é de uma imagem em 3D.

5ª Escolha as lentes que serão utilizadas no ensaio.

O uso de lentes na fotografia de alimentos define seu estilo. Trabalho sempre com 3 lentes, angulares 16mm 2.8, macro 100mm 2.8 e tele 85mm 1.8, costumo alternar entre elas, dependo do alimento e o que desejo valorizar. Tem coisas que você precisa mostrar a face frontal ao mesmo tempo mostrar o topo e o fundo, neste caso a angular é perfeita, no entanto em outros casos, quero ressaltar somente o que está na frente. Por exemplo, repare que na imagem 01 o sanduíche toma uma proporção maior em relação a mesa toda, vamos dizer que ele é o protagonista. Agora perceba, na imagem 02 temos ele como um coadjuvante pois divide a atenção com o restante. Essas situações podem ser exploradas brincando com a profundidade de campo focal (DOF em inglês)

6ª Limpe e confira o seu equipamento na véspera das fotos.

Básico não é gente! Parece bobagem mas verificar: limpeza das lentes e do sensor, baterias, cabos, testar o flash, cartões de memória, são coisas que poderão te ajudar muito. Digo isso, pois se algum desses elementos estiver faltando ou danificado, isto te causará um stress terrível, te desconcentra muito e vai te desviar do objetivo, que é fazer boas fotos. Tenha uma sessão de fotos tranquila.

Kit de limpeza sobre mesa e fotógrafo limpando parte frontal da lente com lenço de microfibra (Foto: Reprodução/Digital Câmera World)

7ª Prepare uma lista de pratos a seguir.

Você não pode ir decidindo na hora o que vai fotografar, isto pode lhe trazer enormes transtornos, vou explicar melhor. Os pratos precisam ser preparados na hora, não deixamos nada pronto, exceto alimentos que não sofrem nenhum tipo de deterioração ou mudança na sua viscosidade e forma. Então o roteiro das fotos ajudará a planejar as ações e garantir resultados. Começaria dos menores para os maiores e dos mais difíceis para os mais simples em termos de preparação. Organize as coisas! Não antecipe o preparo, não cozinhar tudo antes para montar na hora, nunca faça isso. Na hora certa, que seria perto do clique, e isto com a mesa pronta e com todos os elementos, naturais e decorativos, para receber o ator principal. Este quase sempre não é assado, cozido ou finalizado por completo, sempre fica quase. Por exemplo, massa é bem al dente, bife é bem mal passado e assim por diante. Prefira assim, pois isso vai garantir mais vida, mais viscosidade, brilho e consistência.

8ª Separe algumas referências sobre o tema, estimule a sua criatividade.

A fotografia de alimentos, como outros segmentos da fotografia, é um processo criativo. Uma coisa bem legal é pesquisar um dia antes das fotos, imagens de todos os tipos na web (Pinterest, 500px, e outros), principalmente depois de já ter definido o estilo e direções com o cliente abordados na 2ª dica desse post. Alimente suas ideias, guarde referências. Não tenha vergonha, copiar em um primeiro momento faz parte do processo de desenvolvimento de um profissional. Logo terá suas próprias ideias.

9ª Selecione elementos naturais frescos e vistosos, folhas, molhos, ervas, temperos e outros.

Muitas pessoas acham que fotografia de alimentos envolve tudo que é grande e bonito, bonito pode até ser, mas grande não. Vou explicar, por exemplo vamos fotografar pizzas. O cliente logo quer fotografar sua pizza de 12 pedaços, errado! Prefira o menor, assim você pode chegar mais perto e ressaltar detalhes, o que não aconteceria na pizza gigante. Isto vale para todos os elementos naturais da sessão. Só para completar, esta dica como a 10ª dica, referem-se a todas as coisas que não são o prato principal, mas pode ser aplicada a ele na maioria dos casos.

10ª Prepare os elementos decorativos, talheres, louças, tecidos, copos.

Escolha bem esses “elementos decorativos”, precisam estar limpos e novos, sem riscos ou lascas. Prefira sempre o menor, tudo que é grande exige mais distanciamento e com isso perda de detalhes, por exemplo: um prato enorme você terá que usar muitas coisas para compor e ao contrário disso em um prato menor somente alguns já são suficientes. Atenção especial a base, afinal você não vai sair por ai carregando uma mesa para cada ensaio. Hoje em dia eu uso muito os pisos laminados, eles imitam todos os materiais, além disso, não são muito caros e super fáceis de transportar. Pra se ter uma ideia, a caixa com 2m2 custa por volta de R$ 125,00 ( você precisará de 1m quadrado). Claro que tem alguns que podem chegar até a R$ 500,00 o metro, pesquise. Vou colocar aqui uma referência de piso para entender o que estou falando e uma loja que tem diversos tipos.

Pisos laminados que imitam madeira clara, escura, envelhecida e muito mais.

11ª Organize tudo o que vai fotografar em cima de uma ou duas mesas.

Só pra ficar claro, você vai precisar de 3 mesas, se for possível. Uma para a foto em si e outras duas de apoio. Conseguir ver todos os produtos é fundamental para facilitar a produção. Monte tudo sobre essas mesas de apoio e tente separar por tipo, cores e tamanhos. As mesas devem estar bem próximas de você, para facilitar o acesso.

12ª Não vá para a sessão de fotos de alimentos com fome.

Este talvez seja um dos principais problemas que você poderá encontrar na sessão de fotografia de alimentos, a sua fome, ela poderá desviar sua atenção. Então inicie a sessão bem alimentado e pronto para pelo menos umas 3h de trabalho sem parar.

13ª Começando a clicar, senta o dedo!

Chegou a hora de execução, mão na massa, opa opa! Não esquece do seu paninho de prato ou papéis descartáveis para ir limpando tudo, principalmente suas mãos que toda hora vai precisar mexer em algo. Um frasco de álcool ao lado ajuda também. mantenha tudo limpo e organizado. Confira sempre se os pratos, talheres e copos estão ok, bem limpinhos.

 14ª Explore a cena, variações são importantes.

Varie o ângulo, como nas fotos abaixo, incline e levante, troque de lente, isso faz parte do processo criativo, sempre digo, experimente, ouse, mesmo já tendo visto diversas referências. Eu sempre tendo dar uma “piradinha” para fazer algo novo e inusitado. Hoje, mais do que nunca, precisamos chamar a atenção das pessoas, o momento é esse! Quando acabar de experimentar tudo, siga a diante com os novos itens.

15ª Use alguns truques.

Truques são sempre bem vindos em fotografia de alimentos, eles podem resolver problemas básicos, por exemplo, a carne perde viscosidade rápido, então uma forma de retomar esse brilho é dar umas pinceladas de azeite sobre ela, pronto, vai parecer que acabou de ser assada ou grelhada.

16ª Distribua a sua energia durante sessão de fotos.

Sempre me preocupo com isso, porque quando já passaram 3h de trabalho sua cabeça começa a não pensar direito, o cansaço físico e mental vão drenando sua energia e junto a sua criatividade. Faça um break, respire, coma alguma coisa, descanse e retome.

17ª Proteja os cartões, descarregue no computador e faça um backup.

Logo depois da sessão de fotos guarde seus cartões em um local seguro, não deixe junto com o equipamento e ao chegar em casa ou no estúdio faça logo suas cópias de segurança. A gente sabe que problemas acontecem, mantenha-se seguro e tranquilo, evite desgastes desnecessários.

18ª Tratamento das imagens, utilizando o LR (Lightroom) e o PS (Photoshop)

O tratamento de fotos (acesse o link ao lado para se aprofundar) no Lightroom são os ajustes: níveis (preto e branco), ajuste de exposição, sombras, contraste, vibração e ruídos. No Photoshop são formas, sujeiras, riscos, manchas e cores.

19ª Exportação dos arquivos separados por utilização.

Gosto muito de separar as fotos por uso para o cliente, essa separação funciona assim: (A) impressão tamanho original, (B) formato 8k, (C) formato 4k, (D) fullHD, (E) Blog, (F) Insta e (G) Story, isto facilita a utilização, pois cada arquivo vai se desempenhar perfeitamente na mídia escolhida. Em alguns casos adiciono a logo do cliente para proteção e valorização da marca.

20ª Apresentando as fotos da sessão para o seu cliente.

Neste ponto você pode fazer uma apresentação usando a função “apresentação de slides” do Lightroom, ela funciona muito bem para isso, seu cliente vai agradecer.

Considerações finais do autor

Obrigado pela atenção, espero que tenham gostado do post e até a próxima.

Erich Sacco

www.neopix.com.br